CARRO quase ROUBADO
Sábado, oito horas da manhã e lá vou eu para meu último dia de pós-graduação! Feliz, aliviada e com sono, muito sono. Quinze minutos depois de rodar os quarteirões das redondezas atrás de uma vaga , acabei estacionando num lugar qualquer e descendo esbaforida, mais uma vez cheguei atrasada!
Durante a aula o velho esquema, luta cruel e difícil contra o sono. Venci! Tento captar o máximo possível dentro da sala de aula, pois fora dela já aprendi, não consigo estudar muito. Então é tudo ou nada e as piilhas de xerox acumulando no meu armário, praticamente intactas. Um dia, amanhã, semana que vem, nas férias, vou ler tudo isso!
Acabamos de aplicar a teoria da análise de discurso em um texto e vamos sair para o almoço. Caminho tranquilamente em direção ao local onde deixei meu carro estacionado e, as usual, aperto o botãozinho do alarme: Nada. Mais uma vez. Nada. Me aproximo e nada. O carro não está ali. Meu coração suspende suas batidas por alguns segundos para depois retomá-las em compasso mais rápido. Celular: Juliano? Roubaram meu carro! Buáaaaaaaaaaaaa. Ando como uma louca de um lado para o outro enquanto meu namorado-herói não chega. Zonza, chateada, inconformada. Alguns colegas me vêem chorando, chamam mais colegas, a professora, os seguranças.
Super Juliano chega e monto no seu carro novo, uma doblô prata que lhe confere ainda mais ar de super herói. Antes de ir a polícia peço para ele dar uma volta nas redondezas just in case. Quem sabe não parei em outro lugar, né?
Dito e feito. Avisto o celtinha e fico envergonhada. Rio. Gargalhadas. Não, não fui roubada. Sou lesada, o que é bem diferente! Juliano me olha, e diz: "ótimo que o carro está aí; mas segunda-feira vou te levar ao médico!"
Nada a declarar.