O AMOR QUE AINDA NÃO NASCEU
Acordei mal humorada, mais do que de costume. Envolta por um bafo quente, seco. Senti meu corpo melado, pegajoso, apesar do banho tomado poucos minutos antes de dormir. E me dei conta de que este calor infernal, que nos faz cortejar a insanidade, fará parte da minha vida, se eu fincar, mesmo, os pés, por aqui.
Criada em Rio Preto, a temperatura de 30 e tantos (muitos) graus não me assusta. O que me assusta é o ar parado, absolutamente imóvel, sem vento. A ausência da chuva e a terra muito- muito vermelha. Os autênticos pés vermelhos. Experimente usar uma peça de roupa branca por aqui, só assim será possível entender do que falo!
Então, assim, de uma dia para o outro, acordei "brigada" com Ribeirão. Após quase um ano, o espírito sagitariano e aventureiro escapou de dentro de mim (onde estava guardadinho) e me fez sonhar com novos ares. Novos ventos, novas águas.
Apesar da tranquilidade, da paz e realização pessoal, meu amor pela cidade ainda não despertou. E tenho duas opções: fazer minha parte, abaixar a guarda e abrir meu coração; ou fazer as malas, colocar nela alguns sonhos, deixar outros para trás e, mais uma vez, partir numa viagem sem destino definido.
O que farei?
Respirarei fundo, levantarei a cabeça e abrirei meu coração. Deixarei o amor entrar. Vamos ver no que vai dar.