VAZIO CULTURAL
Como é que me proponho a fazer um guia cultural se minha vida nunca foi tão culturalmente vazia? Se não tenho tempo nem companhia para assistir ao filme que tanto esperei, ou ir ao show do meu cantor predileto?
E desde quando passei a precisar de companhia?
Que merda de qualidade de vida é essa, se não consigo fazer as coisas que mais me dão prazer? Se não consigo alimentar minha alma, enquanto meu corpo também padece como nunca antes aconteceu. E as noites mal dormidas me assolam com tanta ou mais freqüência que nas noites em Sampa?
E a falta de romantismo continua a se instaurar cutucando fundo no meu coração. Logo eu, que sempre sonhei com cavalos brancos e grandes emoções. Logo eu, sagitariana típica e intensa?
Alguém há de morrer de desgosto ao ler este post. Mas se eu não o escrevesse, quem morreria seria eu. Escrevo para mim e por mim, apenas. Porque essa é a única coisa que posso fazer.
Estou farta das obrigações cotidianas, tenho dificuldade em realizar que para a felicidade existir amanhã, preciso agora me abster de grandes prazeres que envolvam gastos e riscos. O que me sobra? Uma pizza na esquina, um filme na tv, meu seriado predileto, pé com pé na hora de dormir? Sinto muito, mas isso é pouco, muy poco. Pelo menos agora...E a culpa de tudo isso é do Lenny Kravitiz, que vem se apresentar, na cidade maravilhosa ( a qual não visito há exato 1 ano e 5 meses), de graça, em Copacabana. E eu tive meu desejo abortado, mais uma vez, sem sequer manifestá-lo.
"E a culpa é de quem? A culpa é de quem?" já cantava Renato Russo. Ninguém tem culpa de nada, especialmente eu!