POR QUÊ?
Vim aqui para desabar. Escrever um post ácido, melancólico. Para reafirmar a saudade que sinto de mim mesma, do meu umbigo. Da época em que a única pessoa que sairia prejudicada seria eu. Dos dias em que o mundo gerava ao meu redor e eu nem sabia. Das tardes na casa da Lívia, das noites assistindo Felicity, das caminhadas pela metropóle, com ou sem destino. O Ibirapuera me esperando para relaxar. O apartamento da Tati, sempre enfumaçado e pronto para uma discussão sobre o Eu de cada um. As mil e uma promessas da noite paulistana.
Suspiros...
Estou cansada, desmotivada, entediada. Me sentindo presa numa armadilha que eu mesma armei.Com uma saudade eterna de quem eu fui. Quem sou hoje? O que sou hoje? Não me canso de perguntar e a resposta nunca me satisfaz. Qual é o meu papel no mundo? Não vim aqui para casar, ter filhos e cuidar da família. Eu esperava mais de mim!
As ruas de Ribeirão ainda não me dizem nada. A luz no fim do túnel profissional parece ter se apagado novamente. E não há nada pior do que perder a esperança. Quero sentir frio na barriga, arrepio na espinha, mãos geladas, coração na garganta. Quero sentir!
A cada dois passos para frente, um para trás. Até quando vou seguir nesse (des)compasso? Será que errei em apostar tanto em um sonho, que talvez, não fosse meu? Será que me perdi no meio do caminho? Será que ainda sei para onde estou indo? E o mais importante, por quê?