Meu Novo Cotidiano

Em eterna metamorfose, jornalista, professora de inglês e série-maníaca à procura de seu lugar no mundo. Por ora, aqui, me preparando para o maior desafio de todos: ser mãe!

segunda-feira, fevereiro 26, 2007

O que significa se sentir latino-americano?

Caiu em minhas mãos durante esse Carnaval o livro "Dicionário Amoroso da América Latina", de Mario Vargas Llosa. O livro traz verbetes para nomes e lugares da América Latina, mas mais importante do que isso, eterniza um sentimeno que muitos têm sem se dar conta. O amor a esse complexo pedaço do mundo denominado América Latina.
Desde os tempos de intercâmbio, pude experimentar o sentimento de igualdade ( e irmandade) que existe entre nós. Os primeiros a me acolherem no Estados Unidos foram os mexicanos. Que certamente viam em mim um pouco deles. Embora eu não me identificasse tanto assim (era extremamente americanizada), nutria por eles aquele sentimento de respeito incondicional, mais ou menos o que sentimos por primos distantes que só vemos no Natal. Difícil explicar, mas fácil de entender vivendo.
Ao longo dos anos, e de lá para cá são mais de dez, o interesse pelo continente e seus tesouros ( na literatura Garcia Marquéz e Isabel Allende, no cinema Alejandro Iñarritu e Juan Jose Campanella para ficar nos expoentes máximos) só cresceu e passei a dimensionar que esse sentimento de "amor" aos hermanos era algo palpável e embasado. Descobri a América Latina.
Segundo Vargas Llosa, as fronteiras nacionais não refletem as verdadeiras diferenças existentes. Essas se dão no seio de cada país, e de maneira transversal, englobando regiões e grupos de países.
No fundo, somos um só.
Não é preciso ser nenhum expert em sociologia, antropologia e história para perceber o quanto o caminho que cada país traça é parecido. As ditaduras, o populismo, o subdesenvolvimento, a corrupção nos governos, a mestiçagem, o abismo astronômico entre ricos e pobres, a marginalização, o baixo índice de alfabetização e a imigração. Do outro lado o povo guerreiro, as cores, a música, a alegria e o talento para as artes. É exatamente nessa diversidade multicultural e multifacetada que reside a nossa grande riqueza. E seu resultado é o paradoxo da abissal contradição existente entre a realidade política e social e sua produção literária e artística. O estimulante desafio que se descortina é a preservação dessa unidade respeitando as particularidades de cada país.
Voltando então à pergunta-título: O que significa se sentir latino-americano?
Ter a consciência de que as demarcações territoriais de nossos países são artificias e que nosso denominador comum é muito mais forte do que as diferenças particulares. Que estas nos enriquecem e fortalecem e tirar proveito disso!

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

O bom e velho Rocky Balboa

Todo mundo se lembra dos filmes do lutador de boxe Rocky Balboa. Sylvester Stallone se tornou mundialmente conhecido por causa deles ( e de Rambo). As histórias dos filmes acabam sendo esquecidas, mas a emoção que eles nos traziam ficam na memória. Entretenimento puro.
Foi com isso em mente que resolvi assistir o último filme da "saga". Traçando um paralelo com a sua própria realidade, Stallone, que dirige e produz o longa, conta a história do boxeador decadente e sessentão que decide lutar novamente para soltar a fera que havia dentro de si desde a morte da esposa.
O filme tem tudo para não dar certo. A começar pela trilha sonora, de doer. A atuação de Stallone continua fraca, a fala arrastada e o rosto puxado por plásticas tornam os primeiros minutos difíceis de digerir. A história demora a deslanchar e enquanto não acontece, cada cena pode ser prevista por qualquer expectador. Então, finalmente, ele ressurge. A trilha indefectível e inesquecível empolga a platéia quase adormecida a acompanhar o treino do boxeador. O mesmo abrigo, o mesmo gorrinho. E a luta. Deliciosamente emocionante, talvez mais do que em qualquer outro filme. Quando as luzes se acendem, a sensação é de que conseguimos o que buscávamos, um bom e velho filme de Rocky Balboa. Nem mais, nem menos.

Ps. Reparem como acertaram na escolha do filho de Rocky. A semelhança física entre os atores é notável. Milo Ventimiglia tem até a boca torta!

domingo, fevereiro 11, 2007

Susto

Essa semana uma tia querida deu um susto na família. Exames mostraram manchas em seu pulmão, que poderiam ser tumores. Viúva recente ( o marido morreu de câncer no pulmão) e fumante inveterada desde que o mundo é mundo, nos deixou desassossegados com a notícia. Após alguns dias, a resposta negativa. Ufa.
Basta saber o que mais é preciso para que ela pare de fumar. Aliás, com todo respeito, quem fuma só pode ser MUITO burro mesmo...

Alguém aí ?

Perguntinhas básica para começar a semana: Alguém ainda não se assustou com o tal do aquecimento global? Alguém ainda não ficou preocupado com o que está acontecendo na Amazônia? Alguém não está com medo do que será do mundo em 40 anos?

Ah, e por acaso, existem algum ser humano nesse planeta que tenha conseguido conceber que diabos fizeram com aquele garotinho, arrastado até a morte?

Sou só eu ou o mundo está perdido?

Hello? Tem alguém aí?

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

Irritando Fabi M

Se até a Fernanda Young com toda sua empáfia conseguiu um horário nobre para falar do que lhe irrita, então eu também farei minha listinha. Me irritar também não é muito difícil não, basta um pouquinho de vontade e qualquer um chega lá!
  • Moto estacionada atrás de seu carro. ( Primeiro da lista, um dia desses ainda vou derrubar uma delas)
  • Ligações de trabalho no final de semana
  • Gente que combina e não cumpre
  • Toalha molhada em cima da cama
  • Procurar vaga para estacionar no centro da cidade
  • Flanelinhas mal educados
  • Correr para atender o celular e não conseguir
  • Reprise de série sem aviso prévio
  • Garçom relapso ou preguiçoso
  • Ligar para a Tim ou Telefônica

Ufa, acho que já está bom, embora eu saiba que posso esticar essa lista quase que infinitamente. Mas ao mesmo tempo que essas coisas me irritam profundamente, em dois segundo já esqueci. Sou assim.

Ps. Hoje é o dia que meu computador traz do forno Lost e Grey´s Anatomy! Directly from the States. Uhu!!!

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Como NÃO dirigir

Dias desses, estava atrasada para o trabalho e dando voltas para encontrar um lugar para estacionar. Depois de alguns minutos finalmente avistei uma vaguinha perfeita. Dei sinal e.... O carro atrás de mim continuou dirigindo. Buzinei, tirei a mão para fora do carro e nada.
"Era só o que faltava, começar meu dia com esse folgado aí ", pensei. Irritadíssima, tentei mais uma vez e só vi uma mãozinha fazendo gestos que pareciam dizer : não tem como eu ir para trás.
Bufei, buzinei com ódio e fiz aquele famoso gesto obsceno com o dedo do meio. Durante o xingamento, por uma fração de segundos enxerguei pelo retrovisor um rosto familiar. Carol, minha companheira de trabalho. Infelizmente não havia mais tempo de retirar o dedo.
Dá para imaginar a minha cara de idiota quando encontrei-a pessoalmente? Ou o que eu poderia dizer enquanto ela me pedia desculpas!! Nunca me sentin tão mal.

Resumo da ópera: nunca, jamais xingue alguém no trânsito sem antes ver que é. Nesse caso era uma colega, mas poderia ser meu chefe ou minha sogra. Já pensou?

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

Mc Donalds : Mc Trash

Ontem cheguei à conclusão que a única coisa cool em relação ao Mc Donalds é o fato dele ser citado em Grey´s Anatomy ( pra quem não assiste, a personagem central, Meredith apelida seus pretês de Mc Dreamy, Mc Steamy, Mc Vet...).

Assisti, tardiamente, ao documentário Super Size Me. Sempre soube que junk food não estava com nada, tanto que como raramente nesse tipo de restaurante. Entretanto, ver tudo isso comprovado por exames médicos e observar as mudançcas radicais na saúde e no comportamento de um ser humano que passou um mês se alimentando de Mc Food, foi chocante.

Quando é que vamos aprender a aproveitar o que é bom da cultura americana e jogar fora, correendo, o que não presta?

Não sei quanto à você, mas eu me garanto: Mc Donalds nunca mais!