Às vezes sinto tanta saudade de mim. Da minha independência, do meu despreendimento das coisas que não me serviam, da minha coragem de correr sempre atrás daquilo que eu realmente quis. Da minha despreocupação com o que a sociedade e os outros pensavam de mim. Saudade de quando o futuro não era tão importante e o presente era vivido até a última gota e suas horas pareciam ter o dobro de duração, só para que eu pudesse aproveitar melhor cada segundo.
Os conflitos internos eram tão profundos quanto fugazes e se dissipavam ao passar da primeira brisa. O mal humor me vencia sempre, mas a esperança era maior que o medo. Saudade dos meus sonhos, das infinitas possibilidades à minha frente e do idealismo bobo que me fazia pensar que mudaria o mundo.
Onde estou? Por que às vezes me sinto presa mesmo quando não há algemas?