Meu Novo Cotidiano

Em eterna metamorfose, jornalista, professora de inglês e série-maníaca à procura de seu lugar no mundo. Por ora, aqui, me preparando para o maior desafio de todos: ser mãe!

segunda-feira, setembro 19, 2005

O FIM DE UMA RELAÇÃO?

De repente, (ok, não tão de repente assim) você percebe que ela não é mais a mesma, pelo menos aos seus olhos. Aquele encantamento se perdeu em algum lugar que você não consegue se lembrar. Lembranças de momentos felizes e intensos, mas que não voltarão jamais.
Ao mesmo tempo que você a ama e sente uma admiração incondicional por tudo que lhe diz respeito, a " química" se perdeu. Como duas amigas, que após um grande perído de distância física e emocional, têm muito pouco a dizer uma a outra quando se reecontram. Se gostam, isso é fato, mas têm plena consciência de que os laços que as uniram, tão fortemente amarrados um dia, se soltaram.
Talvez tenha sido o cinza que tingiu suas paisagens outrora tão coloridas e vivas. Ou a chuva fria e fina que escondeu o sol. Mas a verdade é que meu coração sequer acelerou quando entrei no Rio de Janeiro. Aquela euforia desmedida ao avistar os primeiros sinais de civilização carioca não me encheu o peito. Estranho. Amo o Rio e amarei para sempre. Gosto de cada cantinho daquele lugar. No entanto, não me sinto mais em casa. Sou uma visita, íntima, que dispensa qualquer tipo de sala. Daquelas que abrem a geladeira e ainda reclamam da bagunça. Aliás, que bagunça! Trânsito caótico e lixo espalhado ( pelos donos da casa) por todo lugar. Uma lástima. Mas, ainda, o Rio de Janeiro. Que continua lindo. O que não impediu que eu ficasse feliz em voltar para casa!!!

Ps. Show do Moby sem explicação. A chuva espantou o ânimo no início da festa, mas o timing perfeito de São Pedro enxugou o céu no minuto que o Moby entrou no palco, e começou o espetáculo se desculpando. Primeiro, por não falar português. Segundo, pelo presidente Bush. Só por isso já podia ir embora e ser motivo de elogios. Mas ele ainda trabalhou. E a energia de assistir a tudo aquilo ao vivo, na cidade maravilhosa, foi de arrepiar. O sorriso não descolava do meu rosto. Cada balada conhecida arrancava suspiros e gritinhos histéricos do mais entusiasmados ( no caso, eu). Ápice na hora em que ele toca Creep ( I wish I was special) em ritmo de bossa nova. E para finalizar Break on Trough do Doors. Maravilhoso! Valeu cada centavo e as MUITAS horas de viagem.

sexta-feira, setembro 02, 2005

RETÓRICA VAZIA

Acabo de assistir a Cazuza- O Filme, de novo. Não é um filme para se assistir duas vezes. O impacto da interpretação do Daniel Oliveira já não é o mesmo e sem isso sobra pouco para tornar o filme tão espetacular quanto no cinema. De qualquer forma ele ainda teve o poder de despertar em mim as mesmas questões, os mesmos dissabores. É amargo constatar que após um ano pouco, ou nada, mudou em minha vida.
Continuo mergulhada em mim mesma, com pouco ou nenhum saco para assuntos extra-meu mundo. E ao mesmo tempo com vergonha disso. Mesmo porque estou muito aquém das metas que criei para mim e da expectativa que tenho com a vida.
Ainda não sei a que vim. Nem ao menos se vim a alguma coisa! Começo a desconfiar que não, mas não perco mais que cinco minutos nessa retórica vazia. Se tenho (tinha, tive?) um dom, há muito o guardei numa caixinha no depósito de minha memória e já nem sei como chegar lá novamente.
Nasci nessa geração egoísta e desinteressada e como um legítimo exemplar não tenho a menor vontade de mudar o mundo, mudo no máximo de cidade ou de penteado ( raramente). Enrubesço com as coisas menores e as grandes coisas que deveriam me envergonhar ( a corrupção, o desemprego, a fome, a desmotivação) apenas me aborrecem e dão sono. Às vezes temo perder a capacidade de me indignar!