O PASSAR DO TEMPO

Cá estou eu, aos 26 anos, escrevendo numa espécie de diário virtual. Lembrei então do meu primeiro diário, relido dia destes, que escrevi dos 11 anos aos 16. É interessante e estranho ter provas materiais de seu amadurecimento. Uma parte de mim ainda se recusa a crer que aquela garotinha ficou velha e chata, mas a realidade está no espelho todos os dias. Não, não estou reclamando da minha aparência, embora reconheça que a lei da gravidade começou a agir no meu corpo, ainda estou bem satisfeita com o resultado final.

Mas as grandes emoções adolescentes, os grandes enigmas e dilemas, deram lugar a uma reflexão tranquila e meio acomodada sobre o mundo. Não quero mais salvá-lo ou transformá-lo, quero apenas meu lugar ao sol. Sem grandes ambições além da de ser feliz.

Meu aniversário, data sempre tão esperada e cheia de novidades, foi uma delícia. Mas a maior surpresa que tive foi a visita da minha avó e mãe. Trágico, se não fosse cômico. Resisto em assumir de vez que essa é minha vida e que estou feliz assim. Mas é o que estou. Feliz, como nunca estive.

Eu e Juliano estamos gestando nosso primeiro filho. Cuidando de cada detalhe. E como marinheira de primeira viagem, às vezes me tomo de um medo brutal. E se ele não for aceito? E se ele não der certo? E se? Não, não é um bebê. Ainda não. É um projeto de trabalho, que está para nascer. Me desejem sorte.