ALMA DE ARTISTA
Acabo de assistir Cazuza, o filme. Filme bacana, bem acabado, da safra boa do cinema nacional. Atuação impressionante do Daniel Oliveira, mas a imagem granulada demais encheu um pouco meu saco. Saí da sala de projeção tocada e profundamente perturbada. Adoro quando alguma coisa desperta isso em mim. Perturbação. Me sinto viva, pensante, ativa.
Quando pequena eu era diferente dos demais. Vivia enfiada nos livros e com uma máquina de escrever debaixo do braço. Tinha certeza de que seria alguém, parte do show business, escritora famosa, artista. Os anos foram passando, e eu, cada vez mais me igualando e me misturando à multidão. Mas no fundo de minha alma, sempre houve o desejo de ter mais.
Hoje, ao assistir ao filme, voltei a entrar em conflito. Cazuza era o máximo e era um doido. Sua vida estava distante de qualquer padrão, era inconseqüente, intenso, egocêntrico e genial.
Sem qualquer intenção de comparação com Cazuza - quem sou eu? - mas sinto que ao escolher uma vida pacata e segura, automaticamente fecho as possibilidades de dar vazão a minha alma de artista. Talvez, para meu jeito de ser, seja impossível ser feliz de outra forma. Acho que nunca saberei...
A vida é feita de escolhas, mas ás vezes ela são feitas sem que a gente pare para pensar. Qual será o resultado???


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